Para quem não entendeu ou não sabe bem o que é ou o que gerou a crise americana, que agora se alastra a toda a velocidade pela Europa, segue um breve relato económico para todos entenderem: (tomemos como exemplo a "espanhola e o 21" que são nomes fictícios, criados pelo autor, inspirado por copo bem bebido que por acaso até pagou, acho eu; quanto à crise global, isso já é outra conversa).
A “Espanhola” (ou o 21) tem uma tasca, ali prós lados da Praça do Comércio, onde muitos pinguços assentaram arraiais, e decide que vai vender copos "fiados" aos seus leais fregueses, , quase todos desempregados, quase todos reformados quase todos bêbados (os tais pinguços).
Porque decide vender fiado, a “Espanhola” (ou 21) acha que pode aumentar um pouquinho o preço do “baixinho, do penálti” e do bagaço, por conta do risco, uma espécie de juros de mora e empate de capital. Esses clientes tesos e pinguços não reclamam o novo preço e até bebem mais uns canecos à conta do orçamento, que é como quem diz, o livrinho dos acentos que vai inchando como um fígado tomado.
O gerente do banco da “Espanhola” (ou do 21), um atrevido e finório gestor, formado numa universidade famosa e de muitos pergaminhos, decide que o livrinho das dívidas da tasca da “Espanhola” (ou 21) constitui, afinal, um activo tão reembolsável quanto rentável. Vai daí, contacta a “Espanhola” (ou o 21) e pega-lhe o fogo ás ideias com obras na tasca e outras coisas do arco da pipa; adianta-lhe um dinheirinho aceitando o fiado dos tesos, desempregados, reformados sem vintém e quase todos eles, pinguços, entre outros, créditos bons como garantia.
Descobrindo um galo que põe ovos de ouro, outros gestores, igualmente muito dinâmicos e "executíveis”, e não menos ousados, agarram nesses créditos e transformam-nos em "produtos financeiros" com nomes indecifráveis para o comum dos mortais, CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS, PSD, CDS, PS. CDU, ou qualquer outro acrónimo financeiro que ninguém sabe exactamente o que quer dizer.
A partir daqui, outros bancos servem-se desses produtos financeiros desconhecidos mas aceites como bons e de cobrança garantida para, através deles, apoiar o mercado de capitais e sustentar mais e mais operações financeiras, fundos e derivados. Uma espécie de efeito dominó, mas visto ao contrário, em que todas as pedras se levantam para mais tarde darem um trambolhão como a seguir se verá.
Todos desconhecem a origem de todo este movimento financeiro, (o tal livrinho de acentos das dívidas à “Espanhola” (ou 21).
Às páginas tantas, esses derivados financeiros já estão à venda nos balcões de bancos e instituições de crédito de 73 países e até na agência da CGD, ali mesmo ao lado, na Praça do Comércio onde alguns pinguços algumas vezes, por engano, batem à porta depois das três, pensando que aquilo é uma nova tasca que dá fiados.
Tudo corre na perfeição até que... alguém descobre que os pinguços, desempregados e reformados estão tesos e, como tal, não têm dinheiro para pagar as contas e que, portanto, o livrinho de calotes não passe disso mesmo. É assim que a tasca da “Espanhola” (ou do 21) vai à falência (O diabo seja surdo). E com ele toda a cadeia de investimento se fod.u
P.S. - Quanto aos gestores extraordinários que apresentaram resultados fabulosos em poucos meses e ganharam prémios pelo excelente desempenho, saem de mansinho com indemnizações e reformas douradas, ou mais tarde encontram novos cargos como ministros ou secretários de estado das finanças ou do tesouro.
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(Este exemplo circula na net. Por achá-lo muito elucidativo, readapteio sem alterar qualquer sentido e objectivo final. Parabéns ao autor.)
6 comentários:
Com esta tua simplicidade destes artigos "banais"Já vi que ainda dizes que és pguiçoso?Com mais sócios que o benfica a Acre e a nossa sra dos meninos vai ser uma festa de arromba.Tens dinheiro no banco?
penso que é descabido esta abordagem feita atraves de ironia , mais respeito pelos "pingussos", tasca do 21, espanhola, e pelos reformados, tijolo a tijolo até cair, é o teu lema , nao tropeçes tu num desses tijolos , ou telhas de vidro que tens , mais respeito e dignidade nao ficam mal .
parece que isso até é bastante simples mas se isso foi assim que aconteceu, os bancos não tem dinheiro para pagar o que devem. Dessa forma andaram sempre a fazer deconta que havia dinheiro quando os gestores e banqueiros andavam a desviar dinheiro para os bolsos deles. Como é que podemos confiar nestes chulos e ladrões. Vou tirar todo o meu dinheiro do banco até ter acerteza que que não mo roubam.
Apesar de engraçado não achei graça nehuma a esta história. Penso que não ajudou nada para acalmar as coisas.
Muito bem, Lol.
Tenho um video no meu blog engraçado acerca do assunto. Cumprimentos.
afinal até é simples explicar a crise! :))
obrigada pela visita.
depois de ouvir este quatro a falar dos bancos deles, parce que não há problema nenhum com eles!
Afinal porque anda o governo a atravessar-se por eles. Só faltava lá o Miguel Cadilhe para explicar porque precisou dos 200 milhões.
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