quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Natal só para Alguns.Que me desculpem os outros



Embrulhou a solidariedade
Numa caixa de promessas florescentes,
Com lágrimas sujas de indigentes,
E enfeitou o evento com ventos de vaidade,
Polvilhados de reconhecida notoriedade,
Pela carteira competente;
Faltava o Laço!...
Mas esse laço, nó cego de carinho,
Era a prenda que da caixa ria baixinho!

Quero prata,
Quero ouro, diamantes,
Beleza intacta,
Quero minha mulher e amantes,
Quero preguiça, sorte e admiração,
Escravos, concubinas, exaltação;
Quero o fim acabado no início como dantes,
Regredir na opção,
E glosar a repetição,
Do sabor do meu poder,
Onde tudo voltará a ser
A força de minha razão!...
Então, até deus se postará,
Perante tão poderoso eu;
Será eficaz a mensagem
Para que me seja prestada vassalagem.
E tudo mudará!...
No esquecimento o que prometeu,
Não ser prometido o que esqueceu!
Serei, enfim, imortal,
E como tal,
Prometerei o que Deus não prometeu,
Haverá todos os dias um só Natal,
E ,_ pobre infeliz,_ não será o teu,
Mas, única e tão só, o meu!

Embrulhou a solidariedade
Numa caixa de promessas florescentes,
Com lágrimas sujas de indigentes,
E enfeitou o evento com ventos de vaidade,
Polvilhados de reconhecida notoriedade,
Rematada com um laço de emenda!...
Mas esse laço, nó cego de carinho,
Era a única prenda,
Que dentro da caixa ria baixinho!
*

Olhos de luz cruzando a Natividade,
Como que enlaçando desejo e felicidade,
Numa volátil lágrima de cristal,
Talvez diluída na austeridade,
De um brilho frágil de Natal!

Há almas assim!...
Almas tão cheias de nada,
Pesando um universo de confusão,
Sobre a vontade da compreensão,
Que bem longe daquela “Estrela”,
Não trocando a avareza descarada,
Mergulham na vergonha roubada,
Nunca à pobreza estendendo a mão!
Há almas assim!...
A tropeçar no Natal indigente,
Pisando o Natal do mundo,
Ignorando o sentimento profundo,
De ser Pai de um Jesus diferente,
Sendo igual ao de toda a gente;
A esperança da imortalidade feliz,
Alimentada bem fundo,
Por toda uma alma nutriz!

Mesmo o hipócrita refém
Do egoísmo ausente de dor,
O desejo do Natalício calor,
Será sempre um apelo divino,
Que converterá todo o mal,
Na pureza inocente de um menino,
Nascido nessa noite de Natal!

Mas…
Ainda se encontra por aí,
Bem à nossa frente,
Um pouco de quem sorri,
No coração de muita gente!
Gente simples, simplesmente,
Tão simples por nada ter,
Dando tanto gentilmente,
Tão gentis por assim ser,
Embrulhando todo o Amor,
O futuro que vai nascer,
Com a felicidade de ser Mãe,
Não só de seu Filho, seu Senhor,
Mas de todos os filhos também!

*

Deus meu, ajudai-me a ver
Que sentido fazer!
Guiai-me, um sinal fugaz,
Pelo estábulo, à manjedoura,
Onde possa eu ser capaz,
Afagar macio feno abençoado,
O sabor da esperança duradoura,
O nascimento do verbo encarnado!
Da cruz, no cântico, na bondade,
Pela tolerância, a piedade;
Mensageiro de Paz, Amor louvado!

Não!...
Não mereço tal privilégio,
Seria um sacrilégio,
Um pretensioso pecado,
De um pecador mil vezes arrependido,
Mil vezes repetido,
Mesmo que mil vezes perdoado,
E outras tantas decalcado!

Mesmo o hipócrita refém
Do egoísmo ausente de dor,
O desejo do Natalício calor,
Será sempre um apelo divino,
Que converterá todo o mal,
Na pureza inocente de um menino,
Nascido nessa noite de Natal!

*

Ainda se encontra por aí,
A felicidade de ser Mãe,
Não só do Filho, seu Senhor,
Mas de todos os filhos também;
A esperança da mortalidade feliz,
Alimentando carinhoso Amor,
Por toda uma alma nutriz!
A volátil lágrima de cristal,
Talvez já diluída no furor,
De um forte brilho de Natal.

2 comentários:

diconvergenciablog disse...

Gostei muito parabéns.
Continue assim.

Inês disse...

Já diz o velho ditado... Natal é quando o Homem quiser!

Obrigada pela visita, pelo afecto, pelas palavras!

Voltarei aqui certamente... e espero reencontrá-lo nos meus cantinhos!

Beijo Intemporal!