domingo, 14 de setembro de 2008

As Bodas de Fígado








A ópera cómica de Wolfgang Amareus Mozadt, vai ser reescrita para que possa ser adaptada aos profissionais da videira que frequentam os melhores palcos “tavernícolas” desta pequena cidade de artistas há muito em vinho d’alhos. Vai ser uma produção 100% nacional, apesar do trabalho de composição integrar personagens como “TF” e “T” (Touriga Franca e Tempranilho, também conhecida por tinta Roriz ou Aragonez), que substituirão o libreto de
Lorenzo da Ponte (Emmanuele Conegliano) mas que continuará a ter como base a peça homónima de Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais; a "TP (Touriga Portuguesa) participará no novo libreto que será gravado a tintol de pena. Para não haver quezílias entre os actores que, sendo excêntricos e sem confiança no(a) taverneiro(a) estão sempre com a ideia de que o seu copo de vinho é menor que o do vizinho e o vinho do vizinho é melhor do que o do seu copinho, o elenco vai ser alargado a umas largas dezenas por cada actor principal da peça original, sem contar com as centenas de figurantes que cumprirão o seu papel a preceito não deixando os copos em mãos alheias, o que devia obrigar os vinicultores da região a patrocinar as
Bodas de Fígado.
Os papéis principais a atribuir estão a provocar violentas discussões de taverna, provocando comportamentos esquinados em alguns dos pré-seleccionados que até têm diminuído significativamente o abuso do álcool, denunciando uma artéria apática e até mesmo antipática em vez de uma artéria hepática, o que tem levado o fígado a mostrar-se pouco simpático, pelo que se teme a perda das qualidades desejáveis para o efeito burlesco da trapalhada.
A acção vai desenrolar-se na tasca da condessa de Almaviva (noiva do Conde de Almaviva, um canibal de maus fígados que quer comer a mulher de Fígado), algures entre uns chispes suinos em vinagrete e um transplante hepático sem esperança. A escolha de um fígado para o papel de Fígado não está a ser nada fácil e há mesmo quem duvide dessa possibilidade. No entanto, sabe-se que Amareus Mozadt, já em 1785 enfrentou o mesmo problema e ponderou mesmo a substituição da maior glândula do corpo humano, por um órgão qualquer que contracenasse com Susanna Todaboa (noiva de Fígado) mas, entre uma cirroses e umas hepatitesitas, lá se conseguiu arranjar um produtor da família, o primo Pâncreas (bem sucedido empresário do ramo da insulina) que aguentou a ópera até ao fim. Depois das Bodas de Fígado, sabe-se que ficaram esgotadíssimos e desapareceram; há quem diga que os viu alojados na carcaça de "Eulálio Icterício" (da família dos Eulálios), que ainda hoje almeja a esperança ser escolhido para o papel de Conde de Almaviva continuando a actuar empenhadamente nas tascas de sempre, apenas parando de enfrascar para emborcar mais um copo. Infelizmente, a maior comunidade de dadores de Fígados não se encontra por estes lados, visto que já poucos o têm e os que ainda acham que o têm não o encontram, encontrando-se, no lugar dele, todos os órgãos menos esse responsável pela conversão de proteínas e gorduras em glicose na medida certa. Amareus Mozadt, demonstra nesta sua ópera que as células até podem morrer de fome, e de amores, pela glicose acumulada no sangue e na urina, a Diabetes Melitus, (interveniente não visível na ópera conhecido também por ponto devido à assiduidade com que todas as manhãs cumpria o ritual diário na sua tasca preferida onde picava uma meia-dúzia de pontos de 30 e tal CL de TT, T e TP, bem combinados).“mas de sede é que elas não morrem”, garantiu um taverneiro, especialista nestes órgãos e em consequências dos derivados, assegurando que "no final tudo acaba numa festa dos "diabos" para as almas vivas.
***Parece haver uma relação directa entre a troca de algumas consoantes no nome de Amadeus Mozart por Amareus Mozadt, Fígaro por Fígado e alguns danos cerebrais provocados pelo excesso de tintol.

7 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns amigo por tocar num assunto tão sensível.
Já estive gravemente doente por causa do álcool mas tive sorte e agora posso dizer que faço uma vida normal mas nunca a cem por cento.
Não vou dizer quem sou por motivos óbvios mas saibam que não são apenas os pobres que caiem no vício do álcool.
Obrigado e parabéns amigo pelo tom engraçado com que aproveitou as Bodas de Fígaro. Mozart iria gostar.

diconvergenciablog disse...

Esse tipo de ilustração era desnecessária. . .
Mesmo assim, nada a dizer. . .
LOL

Anónimo disse...

Pelos vidêos que fazes e por aquilo que escreves e os demais intervenientes só a custa do elixir espirituoso que cuidado nâo só vos estraga o figado mas tambem faz mal á cabeça.Esse estaminé é um atelier ou uma adega?

JSDLAMEGO disse...

visitem o nosso blog e respondam ao questionario que se encontra no fim da pagina , muito obrigado.

Anónimo disse...

Boas!
Não vou comentar o post, pk fígado é horrível :P
Venho informar que "linkamos" o vosso espaço ao Blogue dos Manteigas.
Qualquer reclamação, é só pedir o Livro Amarelo ;)
Abraços de Manteigas-Serra da Estrela,
http://bloteigas.blogspot.com/

Anónimo disse...

A JSD deve estar com um copo a mais. Cuidado com as cirroses e a hepatite a,b,c,d,e,f,g, e principalmente a hepatite JS que é difícil de detectar.

JSDLAMEGO disse...

verdinho de uma forma educada digo que nao temos medo de nada nem de cirroses, felizmente estamos vacinados e temos os cuidados de higiene e saude necessários para que nada de mal nos atinga , mas realmente essa hepatite js é de temer pois pode deixar uma pessoa parada no tempo , e isso é muito mau, mas para a js as mais cordiais saudações jovens e que lutem pelos seus ideais que nos lutamos pelos nossos .