quarta-feira, 20 de agosto de 2008

One "Politiks" Band

As estimativas do INE (instituto Nacional de Estatísticas), que é o mais fiável indicador sobre este fenómeno, ainda mais do que o Bacalhau Fiel Amigo que só tem 1% de gorduras, baseiam-se num inquérito trimestral realizado numa semana predefinida a um conjunto de pessoas que tenham acabado de almoçar e estejam ainda na sobremesa. Se a tendência da amostra for encomendada pelo forte poder das cores, lá se vai o arco-íris dos independentes a quem o inquérito será feito em ocasiões de míngua e digestões feitas há mais tempo do que a memória consegue cheirar. Ainda há essas coisas das subamostras que o INE substitui sequencialmente depois de serem observadas ao longo de seis trimestres, pelo que a injustiça do método é atroz para os incolores e dependentes dumas esmolazitas suficientes para apaziguar os ânimos e o bucho cá da malta. Se não há direito(a) para quem se decidiu pela independência que lhe impuseram e a opção pelo indicador da irmã da canhota, também não há direito a conivências para com o INE, levando a injustiças de tal monta a que a resposta dos independentes seja “Não sei, não respondo, vai chatear o car…o”, e outras respostas do género que termina com o corte abrupto da chamada, complicando assim a actualização sequencial do estudo. Alguns dos operadores ainda levam com o telefone na pinha mesmo quando o inquirido está do outro lado do planeta, levando-os a consultas de psiquiatria.
No caso das eleições para a Freguesia da , em Lamego, o INE, depois de milhares de análises aos dados obtidos pelo inquérito feito, não sabe se validará, ou não, o seu próprio estudo já que teme a descredibilização total do Instituto. “Não compreendemos como é que a vitória nas eleições para a Freguesia da , da cidade Lamecense, no caso dos dois possíveis casos, em três, dá um empate dos derrotados entre a Nssª Srª dos Meninos e o Nssº Sr. Dos Aflitos, dois santos padroeiros do típico Bairro da Ponte!”, desabafou a Economista Alda Carvalho (presidente do INE) que disse mesmo compreender agora a demissão do anterior presidente, João Mata e até já contactou José Sócrates para arranjar maneira de elevar o Bairro da Ponte à vigésima quinta Freguesia de Lamego que, em regime de excepção, beneficiaria da atribuição directa de verbas capazes de proporcionar dois almoços para todos os seus habitantes de meio em meio mês, meia ceia a meio de cada qinzena, duas meias de mês a mês e duas meias e meia de meia em meia semana para quem tiver três pés e revele tiques de descalçar a bota se não lhe for servido pelo menos meia sola em meio sal acompanhada de meio copo e meio de meio-vinho. Os meio-malucos serão sujeitos a uma dieta de neurónios enriquecidos enquanto os meio-certos, ao contrário dos meio-malucos, terão exactamente o mesmo tratamento até atingirem o mesmo ponto intermédio do equilíbrio de voto. Laranjas e saladinhas de pétalas de rosas serão a base da dieta conforme a tendência para a victória. No entanto, uma perturbação visual provocada pela frondosa abundância dos tempos que correm, é mais um telefone desligado para o INE que já prevê uma conclusão inconclusiva causada por uma nova forma de discromopsia; em vez da perturbação da percepção visual incidir sobre a incapacidade de diferenciar as cores, a partir do vermelho e verde, na maior parte dos casos os portadores deste gene apenas decifram a cor tomando como base o laranja ou o rosa. Mas quando Alda Carvalho, desconfiada, ocupou o lugar de uma operadora automática de telefone e inquiriu dezenas de possíveis eleitores daquele pequeno bairro, esbugalhou os olhos, deu duas bofetadas na própria cara e pediu um copo de água com açúcar que tentou beber pelos olhos, testa e tudo mais, menos com boca. Ainda tentaram que John Dalton (Daltonismo em sua homenagem) fosse exumado do cemitério de Ardwick em Manchester, Inglaterra, para que ele próprio explicasse à presidente o distúrbio daquelas gentes que, “ora hoje vê tudo laranja, ora amanhã vê tudo rosa e, o mais perturbante, outros, muitos outros, só começam a distinguir uma ou outra cor sob condições gastronómicas, atenção social de tainada, (seja lá isso o que for), e papel principal na animação do bairro!”, desabafou extenuada e visivelmente feita num oito, a presidente do INE.
Ao verificar que tinham mudado as cores da bandeira nacional, Alda Carvalho pretende demitir-se e deslocar-se ao pitoresco bairro onde estudará bem de perto o mais bizarro problema de daltonismo dos tempos modernos e até prometeu fazer uma festa onde fará um pouco de tudo e será mesmo a primeira "One Woman Band" da região, seguindo o exemplo de quem lhe lixou as estatísticas.



2 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro totodasversas, tudo que você pretende insinuar nesta sua "crónica", não acrescenta nada de novo ao que todos sabem. Não se esqueça que a ocasião faz o ladrão, quem não tem cão caça com gato, etc, etc... por isso se começa a faltar o "guito" para pagar as contas no fim do mês, vai-se buscar o gato para caçar, perecebe o que quero dizer, meu caro? Falo de dignidade, de orgulho, de fidelidade, de seriedade, falo, meu caro totodasversas, de personalidade honesta e honrada. São várias as razões para que algumas pessoas não valham mais que um sabujo qualquer e uma delas é a necessidade de ser apontado como merendeiro, vira casacas, meia-alma e outras coisas semelhantes. Não se admire, portanto, que com a idade as pessoas melhorem; a tendência será sempre para piorar, cada vez haverá menos vergonha e mais cara-de-pau.
meu caro totodasversas, aprecio o seu blogue mas, acredite, que tanta imaginação é um desperdício; é dar pérolas a porcos.
Se precisar de ajuda psiquiátrica ou acompanhamento psicológico, não se iniba e procure um consultório que o possa ajudar.
1 abraço e continue com o seu humor ácido e irónico.

diconvergenciablog disse...

Interessante! Parabéns!