terça-feira, 17 de junho de 2008

Sem-Abrigo, o Banqueiro


Sem Abrigo há mais de 30 anos é dono de um Banco e não tem onde dormir.

Eulálio Tristevida, homem só no mundo, sem família, sem dinheiro e sem amigos, também conhecido por cão, gato, pardal e pirilampo do dia por ninguém se aperceber da sua existência, apesar de ser o dono do Banco que ele viu nascer jurando que um dia seria dele, é um Sem-Abrigo amargurado que amaldiçoa a primeira noite investida naquele espaço. O Fisco atento às Mais-Valias dos desabrigados e numa atitude da mais comovente solidariedade oferece o abrigo do 9º Código do IRS. “Tenho seguido a filosofia de investimento merda é dinheiro, talvez por ouvir dizer a quem não o tem que o dinheiro é uma merda, por isso, dinheiro era o que não faltava no meu Banco pelo que ninguém parava por lá,” confessou E. Tristevida afirmando ainda que como o tempo é dinheiro aquilo era chegar e andar já que o chulé era uma poderosa arma de guerra, considerada a mais agressiva nas filas das instituições Bancárias, sem preferência por raças, credos ou mesmo sexo, atacando sem dó nem piedade quem não se aguentasse até que fizesse um depósito para se livrar da praga. Ao fim de meia dúzia de anos o Banco de Tristevida era mais conhecido do que todos os sanitários públicos da região. Agora o pior de tudo, é que o Município quer expropriar-me aludindo invasão de propriedade ao contrário das finanças que me acusam de evasão fiscal ameaçando levar aquele imóvel a hasta pública. Mas Tristevida, já invocou o ARTIGO 1289º, e como o uso Capião tem efeitos retroactivos à data do início da posse, faz dele O dono do dito Banco já que o Município nunca reivindicou a posse daquele espaço onde “Já há uns 30 anos que eu vivo Com o Douro Hoje todo aberto a fazer de lençol por ser tão em branco e o Diário Económico a fazer de coberta ou cobertor da Serra porque os invernos são muito frios. Assim o único imóvel que Tristevida tem, é mesmo só o seu Banco, mas nunca lhe tinha passado pela cabeça que o fisco o confundisse com um Banqueiro qualquer. “ Parece que me confundiram com um tal de Jardim que tinha um Banco mas eu só tenho é um Banco de Jardim!"

Mas, como parece que vão construir uns apartamentos de luxo lá para a vizinhança do Parque Biológico da Serra das Meadas, estou a pensar continuar cá por baixo, porque isto trás pulga atrás da orelha, e mudar-me mesmo ali para o Banco em frente, não vá o Diabo tecê-las e arranjarem-me lá um condomínio com um bilhete só de ida para o hotel “Todos os Cães Merecem o Céu” numas férias eternas.

2 comentários:

Anónimo disse...

há muitos magnatas a encher a pança á custa dos sem abrigo. Isso é que é a verdade. Se nõ houvesse tanta pobreza alimentada pelos ricos que enriquecem cada vez mais com a miséria dos outros, podem ter a certeza que que o mundo estava melhor. E a riqueza estaria mais bem distribuida msa infelizmente é mesmo a miséria que paga ordenados escandalosos a esses gestores porque agora há gestores em cada esquina. As ditas instituições de caridade são uma vergonha social que a hipocrisia das pessoas vai alimentando.
Quanto aos animais abandonados é lamentável que os que não conseguem um dono que os "adopte", simplesmente desaparecem sem deixar rasto!... Então qual é a finalidade dos canis municipais? Será um posto de execução ao abrigo de uma lei qualquer que não conhecemos? Será que os Pobres não têm direito à vida? Executam-se?!!!!... Por favor não venham cá com tretas porque isto vai dar sempre na mesma bestialidade do costume.

Anónimo disse...

quem quiser dinheiro que vá aos bancos que els emprestam e depois ficam sem nada. Quem estiver cansada de pagar prestações e passar fome que vá para a avenida sentar-se num banco do jardim e espere que lhe caia uma esmola.
Quem não tiver nada que se deixe estar assim porque menos já não pode ter e não tem que pagar nada a ninguém e a vantagem é que ninguém lhe pede nada tambem.