terça-feira, 1 de julho de 2008

Água Corrente


Neste Rio onde a memória se refresca,
Esta Água que juventudes lavou,
Os campos a quem a sede saciou,
A mesma Água da lágrima que resta,
A Lágrima que o mesmo rio secou;
A sombra do velho Amieiro,
Onde em paz adormecia,
Sempre o cortaram e sempre voltou,
Como o desejo que a criança sentia
De dar o salto no Calhau verdadeiro,
Homem de verdade no seu salto primeiro!
Era o Calhau dos Homens já feitos,
Ou mesmo por fazer,
O Calhau Largo, no meio do rio um apeadeiro,
O Calhau da Areia era lindo de ver,
Calhau das Mulheres, a Barca e o do Meio,
O de Bico e outros penedos.


As Santíssimas Trindades e outros medos,
Medos ignorados no milho, trigo ou pão de centeio,
Porque nadar, correr e saltar dá fome,
Mas até um peixe se podia pescar,
Acender uma fogueira para o assar,
-Só passa mal quem não come,
A Água bebia-se mesmo ali,
Por bebê-la nunca adoeci,
Água corrente não mata a gente,
Três cruzes riscadas na Água corrente,
Água pura que não mais bebi!

Depois à tardinha,
Quando o Rio já era de prata,
Nadávamos nus na água fresquinha,
Porque o olhar não mata,
Mesmo quando se via a pilinha.
Sem maldade, sem pudor,
Seja lá isso o que for,
Apenas pela fluvial carícia,
Oferecendo um pouco de malícia,
Como quem faz o favor,
Nadando com atrevida perícia!

A água corrente,
Que toda a roupa suja lavava,
Na Água onde o cueiro corava,
Um corar diferente,
Daquele que a Alma sente,
E a língua também,
-Ai, a má-língua da gente,
Que rio abaixo nada tão bem!

Se tínhamos o melhor pão,
Agradeçamos ao nosso Rio Balsemão,
A fome que ajudou a combater,
Com sua força, Água viva, seu coração,
Fazia os moinhos moer,
O centeio, o trigo e o milho,
A perfeição rude do que sabiam fazer,
Foi um pai, é nosso filho,
A quem devemos Amor e carinho,
Não o deixando, nunca, morrer,
Não o abandonando sozinho.

Devemos isso à nossa consciência,
Porque até mesmo os ratos,
A Ele, e ao Rio, estão gratos!

3 comentários:

Anónimo disse...

Um muito obrigado por estas imagens até chorei,verdade isto porque eu gosto ,adoro aquele rio e tenho pena de as pessoas nâo ligaram nada,a poluiçâo ,cada vez que eu vejo lixo ,hoje em dia os adultos sâo piores do que as crianças,e espero que nâo se venham arrepender.Uma piscina duas piscinas quero lá saber quero é um rio com agua corrente e sem porcaria olêos e detergentes do E. Lecerc ,Sópneus ,ou quem quer que seja,eu sou o dono do rio e tenho as chaves do gás e desligo o esquentador sempre que me apetecer.

Anónimo disse...

sem duvida q est é um post fantastico

é lindo ver estas imagens, pena que daqui a uns dias vaoo deixar d s ver... :(

poluição e o grande contribuidor para esta desilusão que mais tard ou mais cedo, nos vai afastar do rio mais uma vez... e quere-nos levar pra pixina....

mas nos nao queremos pixina

nos quermos o rio

VIVÓ RIO DA PONTE

Anónimo disse...

sem sombras d duvidas q est é sim snhor um excelent post

é lindo ver estas imagens, mas e com tristeza q daqi a uns dias estas imagens desaparecerao

esta desilusao deve.s ao facto da poluiçao q encaramos cada vez mais hoj em dia :(

assim como todos os anos o rio secará, ficara sujo, etc :(

querem.nos afastar do rio, querem.nos empurrar pra pixina

mas nos nao queremos pixina...

nos queremos o rio

VIVÓ RIO DA PONTE